Brasil vai propor que
países do G20 não aumentem subsídios agrícolas
- 14/11/2015 09h15
- Brasília
Ana Cristina Campos –
Repórter da Agência Brasil
A preocupação do
Brasil é com a queda dos preços agrícolas no mercado
internacionalArquivo/Valter Campanato/Agência Brasil
O Brasil
vai propor, na décima Cúpula do G20, que os países do bloco não aumentem subsídios
para produtos agrícolas em meio à queda do preço das commodities,
produtos primários com cotação internacional. O G20 reúne as 19 maiores
economias do mundo e a União Europeia. A reunião da cúpula ocorre amanhã (15) e
na segunda-feira (16), em Antália, na Turquia.
“O
Brasil quer registrar a preocupação que, em decorrência dos preços das commodities,
os países com maior poder fiscal, principalmente os desenvolvidos, reajam a
essa queda dos preços agrícolas internacionais, diminuindo os subsídios
domésticos e à exportação. O G20 deveria assumir um compromisso de evitar aumentar
os subsídios. É um tema polêmico porque os países desenvolvidos têm um programa
importante de subsídios”, disse o subsecretário-geral de Assuntos Econômicos e
Financeiros do Ministério das Relações Exteriores, embaixador Carlos Cozendey,
em entrevista coletiva na terça-feira (10).
Além da
agenda econômico-comercial, a Turquia propôs a discussão do combate ao terrorismo,
da crise migratória e do acordo global climático, que deverá ser alcançado na
21ª Conferência das Partes da Convenção-Quadro sobre Mudança do Clima (COP21),
em dezembro, em Paris.
Segundo
o embaixador, a Turquia escolheu como lema de sua presidência do G20 a temática
dos três “is”: implementação, investimentos e inclusão.
Os
líderes debaterão a implementação das Estratégias Abrangentes de Crescimento,
que objetivam a elevação do Produto Interno Bruto (PIB) coletivo do G20 em 2,1
pontos percentuais acima da trajetória anteriormente esperada até 2018.
Também
será discutida a promoção de investimentos mediante o aperfeiçoamento do clima
de investimentos, a facilitação da intermediação financeira, atuação dos bancos
multilaterais de desenvolvimento e o aperfeiçoamento de marcos legais e institucionais.
A Cúpula
de Antália tratará ainda da implementação de reformas em matéria de regulação
financeira que visam a garantir a solidez do sistema financeiro internacional.
Em
Antália, os líderes também assumirão o compromisso do G20 de, coletivamente,
reduzir em 15%, até 2025 o contingente de jovens que não estão empregados, não
participam de programas de educação ou treinamento ou que se encontram no mercado
informal.
Na área
de agricultura, a agenda vai focar na segurança alimentar e no combate à redução
de desperdício de alimentos, que leva ao não aproveitamento de quase um terço
de todos os alimentos produzidos no mundo para consumo humano.
A Cúpula
de Antália também pretende dar atenção aos chamados negócios inclusivos, que
incorporam populações de baixa renda na cadeia de produção ou se direcionam a
tais segmentos como consumidores. Os membros devem se comprometer com planos
nacionais para reduzir o custo das remessas financeiras de imigrantes para o
patamar de 5% do valor remetido.
A presidenta Dilma
Rousseff se reúne amanhã com líderes dos BricsArquivo/Valter Campanato/Agência
Brasil
Os
países que integram o G20 representam 90% do PIB mundial, 80% do comércio
internacional e dois terços da população global.
A
presidenta Dilma deve chegar na manhã deste sábado (14) na Turquia. À noite,
ela participará de jantar oferecido pelo presidente turco, Recep Tayyip
Erdogan, aos chefes de Estado e de Governo participantes do G20.
Amanhã
(15) de manhã, ela terá reunião com líderes dos Brics (Brasil, Rússia, Índia,
China e África do Sul). A Cúpula do G20 começa com um almoço oferecido pelo presidente
turco e a primeira sessão de trabalho será à tarde.
No
segundo dia do encontro, a sessão de trabalho começa na parte da manhã e deve
encerrar com a adoção do comunicado e do plano de ação de Antália. A previsão é
que Dilma embarque de volta ao Brasil no início da tarde de segunda-feira (16).
Edição: Armando
Cardoso
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