Rio gasta
5 reais em legado para cada um em instalações olímpicas, diz Paes
- 14/03/2016 23h21
- Rio de Janeiro
Akemi
Nitahara – Repórter da Agência Brasil
O Rio de Janeiro ganhou a
disputa para sediar os Jogos Olímpicos de 2016, de 5 a 21 de agosto, não
pela infraestrutura disponível, mas justamente pela possibilidade de melhorias
que as Olimpíadas possibilitariam para a população e para cada real gasto com
instalações olímpicas, cinco serão gastos em legado. A afirmação é do prefeito
da cidade, Eduardo Paes, ao participar hoje (14) do painel Construindo as
Cidades do Amanhã, promovido pelo Columbia Global Centers Rio de Janeiro no
Museu do Amanhã, na Praça Mauá, centro do Rio.
“Desde o momento que decidimos
sediar os jogos, dissemos que seriam os jogos do legado. No final do ano,
teremos 63% da população usando transporte de alta capacidade. Melhoramos muito
a mobilidade, não chegamos ao nível de Londres ou Paris, mas melhoramos
muito”, afirmou Paes.
Segundo o prefeito, “a coisa mais
importante que já foi feita no Rio de Janeiro não tem a ver com os jogos
olímpicos, pois é muito mais uma questão de mudanças urbanas e desenvolvimento
de cidade que tem a ver com o tipo de cidade que queremos no futuro”.
A dívida histórica do Brasil para
o desenvolvimento social, econômico e ambiental é a falta de investimento
adequado em saneamento básico. A opinião é do ambientalista e economista Sérgio
Besserman, presidente do Instituto Pereira Passos, um dos participantes do
debate no Museu do Amanhã.
Segundo Besserman, todos os
indicadores sociais do Brasil melhoraram nos últimos 20 anos, porém, o alcance
do saneamento básico tem uma melhora muito mais lenta que os demais. "É o
maior vexame social do Brasil, a maior dívida do passado, afeta a saúde das
pessoas, dos nossos corpos hídricos, a saúde de gerações. O Brasil sai da curva
mundial de investimento em saneamento básico. Nem dobrando a meta saímos do
vexame nessa área".
De acordo com o ambientalista, no
planejamento para os 500 anos do Rio de Janeiro, foi incluído o compromisso de se
sanear a Baía de Guanabara, que tem no esgoto doméstico sua principal fonte de
poluição. Segundo Besserman, “Para os próximos quatro anos, o prefeito do
Rio terá a obrigação política de se envolver na despoluição baía”.
Besserman destaca que, apesar do
compromisso de sanear o corpo hídrico para as olimpíadas não ter sido cumprido,
a mobilização em torno do tema e o compromisso de se fazer isso pode ser
considerado um legado intangível dos jogos.
A Universidade de Columbia,
organizadora do evento, assinou hoje um convênio de colaboração com
o Museu do Amanhã para o planejamento de ações conjuntas na área de
sustentabilidade, urbanismo e ciências.
Edição: Jorge
Wamburg
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