Mineradora é a primeira companhia brasileira indicada ao prêmio “Public Eye People´s”, realizado pelo Greenpeace e pela ONG Declaração de Berna
Vanessa Barbosa, de EXAME.com
Vanessa Barbosa, de EXAME.com
Cartaz da votação “Public Eye People´s” sobre a Vale: "Transformamos florestas tropicais em minas e represas. Custe o que custar" |
São Paulo – A Vale está concorrendo ao título inglório de pior empresa do mundo pelo “Public Eye People´s”, premiação realizada desde 2000 pelas ONGs Greenpeace e Declaração de Berna. Esta é a primeira vez que uma companhia brasileira é nomeada à votação, que também é conhecida como “Oscar da Vergonha”. O resultado será revelado durante o próximo Fórum Econômico Mundial de Davos, na Suíça, que acontece entre os dias 25 e 29 de janeiro.
Além da Vale, concorrem ao título a também mineradora Freeport, com sede nos EUA, o grupo bancário Barclays, a sul-coreana de eletrônicos Samsung, a suíça de agronegócio Syngenta e a empresa de energia Tepco, que opera as usinas nucleares de Fukushima – a mais votada até agora, com 8,4 mil votos.
A indicação da mineradora foi feita por um grupo de instituições sociais e ambientalistas formado pela maranhense Rede Justiça nos Trilhos, a Articulação Internacional dos Atingidos pela Vale (International Network of People Affected by Vale), o International Rivers e a Amazon Watch.
No site da votação, que vai até 26 de janeiro, a nomeação da Vale é justificada por uma “história de 70 anos manchada por repetidas violações dos direitos humanos, condições desumanas de trabalho, pilhagem do patrimônio público e pela exploração cruel da natureza”. O texto também condena o fato de a Vale ter comprado, em abril passado, 9% de participação no Consórcio Norte Energia S.A., responsável pela construção da usina de Belo Monte, no Pará. Até agora, a empresa já tem mais de 4 mil votos.
Procurada pela reportagem, a Vale não se pronunciou sobre a indicação. Em seu último relatório socioambiental, disponível na internet, a empresa afirma que “procura atuar com responsabilidade socioeconômica e ambiental nos territórios onde está presente, durante o ciclo de vida de seus empreendimentos e visa à construção de um legado positivo observando neste processo os termos globais de sustentabilidade”. Para 2012, a mineradora planeja investir US$ 1,65 bilhão em ações socioambientai.
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